Federação Portuguesa de Ciclismo completa 115 anos
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Federação Portuguesa de Ciclismo completa 115 anos
O ano de 1899 aproximava-se do fim, da mesma forma que o regime monárquico vivia os últimos anos, sob o reinado de D. Carlos I. No entanto, os tempos eram também de novidades e de nascimentos.
Na imprensa anunciavam-se as "bicycletas" CLEMENT, as preferidas "pela nobreza, pelo clero e pelo povo. Nem podia deixar de ser assim, desde que se sabe que a sua reputação é universal e que nenhuma bicycleta a eguala em elegancia, perfeição, levesa, rolamentos e preço". Eram máquinas para custar 80 mil reis, mas podiam ser pagas em "prestações mensaes".
A concorrência também apresentava as suas armas. A Casa Columbia afirmava-se como o "unico deposito de bicyclettes Columbia e Harttford da célebre fabrica Pope & C.ª New York America". Este lojista vendia bicicletas a pronto e a prestações de mil reis semanais, mas também se dedicava ao ensino, aluguer e reparações de "todos os systemas de bicyclettes". Era uma loja com um "completo sortimento de accessorios", incluindo as "magnificas cornetas Espanta Cães".
Com o país a viver alguma tensão política, própria de um regime que já vira sucumbir uma tentativa de revolta republicana, a velocipedia era uma realidade em crescimento. Em 1894 fora inaugurado no Porto, nas traseiras do Palácio dos Carrancas (atual Museu Nacional Soares dos Reis), o Velódromo Rainha D. Amélia, que tinha 333,33 metros de corda. Em Algés existia, desde 1896, o Velódromo D. Carlos, pista de 500 metros em piso de macadame.
E se havia infraestruturas também já havia, pelo menos, um ídolo: José Bento Pessoa. O corredor da Figueira da Foz bateu o recorde mundial de 500 metros no dia 27 de maio de 1897, no Velódromo de Chamartin, Madrid, tendo também conseguido o título... espanhol de estrada, triunfando nos 100 quilómetros Madrid-Ávila-Madrid.
Neste clima de entusiasmo em torno das bicicletas e do ciclismo, a redação do quinzenário O Tiro Civil, "Orgão do Sport Nacional", viveu uma agitação diferente do costume, na noite de 14 de dezembro de 1899. Foi nesse serão, às 21h00, que, naquele espaço da lisboeta Rua do Crucifixo, se fundou a União Velocipédica Portugueza, atualmente designada União Velocipédica Portuguesa - Federação Portuguesa de Ciclismo, a mais antiga das federações desportivas de Portugal.
Como relata O Tiro Civil de 16 de dezembro, estiveram presentes representantes dos clubes velocipédicos, jornalistas, ciclistas e comerciantes de velocípedes, sendo destacada a presença do correspondente do jornal francês Le Vélo, Beauvalet Taffard. A reunião fundadora elegeu os primeiros corpos sociais, destacando-se os nomes de Annibal Pinto, presidente da Administração, e Anselmo de Sousa, presidente da Mesa. Estabeleceu-se uma quota anual, a pagar de uma só vez, no valor de 1200 reis.
Foi este o contexto de criação da Federação Portuguesa de Ciclismo, que hoje comemora 115 anos de existência.
Fontes:
O Tiro Civil, Ano V, Número 176
http://jogos.centenariorepublica.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=41:a-mais-de-70-kmhora-num-lcarro-do-diabor&catid=1&Itemid=8
Na imprensa anunciavam-se as "bicycletas" CLEMENT, as preferidas "pela nobreza, pelo clero e pelo povo. Nem podia deixar de ser assim, desde que se sabe que a sua reputação é universal e que nenhuma bicycleta a eguala em elegancia, perfeição, levesa, rolamentos e preço". Eram máquinas para custar 80 mil reis, mas podiam ser pagas em "prestações mensaes".
A concorrência também apresentava as suas armas. A Casa Columbia afirmava-se como o "unico deposito de bicyclettes Columbia e Harttford da célebre fabrica Pope & C.ª New York America". Este lojista vendia bicicletas a pronto e a prestações de mil reis semanais, mas também se dedicava ao ensino, aluguer e reparações de "todos os systemas de bicyclettes". Era uma loja com um "completo sortimento de accessorios", incluindo as "magnificas cornetas Espanta Cães".
Com o país a viver alguma tensão política, própria de um regime que já vira sucumbir uma tentativa de revolta republicana, a velocipedia era uma realidade em crescimento. Em 1894 fora inaugurado no Porto, nas traseiras do Palácio dos Carrancas (atual Museu Nacional Soares dos Reis), o Velódromo Rainha D. Amélia, que tinha 333,33 metros de corda. Em Algés existia, desde 1896, o Velódromo D. Carlos, pista de 500 metros em piso de macadame.
E se havia infraestruturas também já havia, pelo menos, um ídolo: José Bento Pessoa. O corredor da Figueira da Foz bateu o recorde mundial de 500 metros no dia 27 de maio de 1897, no Velódromo de Chamartin, Madrid, tendo também conseguido o título... espanhol de estrada, triunfando nos 100 quilómetros Madrid-Ávila-Madrid.
Neste clima de entusiasmo em torno das bicicletas e do ciclismo, a redação do quinzenário O Tiro Civil, "Orgão do Sport Nacional", viveu uma agitação diferente do costume, na noite de 14 de dezembro de 1899. Foi nesse serão, às 21h00, que, naquele espaço da lisboeta Rua do Crucifixo, se fundou a União Velocipédica Portugueza, atualmente designada União Velocipédica Portuguesa - Federação Portuguesa de Ciclismo, a mais antiga das federações desportivas de Portugal.
Como relata O Tiro Civil de 16 de dezembro, estiveram presentes representantes dos clubes velocipédicos, jornalistas, ciclistas e comerciantes de velocípedes, sendo destacada a presença do correspondente do jornal francês Le Vélo, Beauvalet Taffard. A reunião fundadora elegeu os primeiros corpos sociais, destacando-se os nomes de Annibal Pinto, presidente da Administração, e Anselmo de Sousa, presidente da Mesa. Estabeleceu-se uma quota anual, a pagar de uma só vez, no valor de 1200 reis.
Foi este o contexto de criação da Federação Portuguesa de Ciclismo, que hoje comemora 115 anos de existência.
Fontes:
O Tiro Civil, Ano V, Número 176
http://jogos.centenariorepublica.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=41:a-mais-de-70-kmhora-num-lcarro-do-diabor&catid=1&Itemid=8
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